quarta-feira, 17 de março de 2010

Guerreiros Paralellos

Texto por: Tonny Chang
Fotos por: Murilo Ganesh e Silvio Sato. 
  
Texto extremamente bem escrito por Tonny Chang, que captou de maneira simples, sensível e decisiva todo o espírito da última edição, comemorando 10 anos, do maior festival de Arte, Cultura Alternativa e Música Eletrônica do Brasil e um dos maiores do mundo chamado UNIVERSO PARALELLO.

Foto de Murilo Ganesh para o nosso álbum de núpcias.

Esta edição contou com um novo local, após ficar por 5 anos na Praia de Pratigi em Ituberá. Uma praia chamada Praia dos Garcez na Ilha D'Ajuda, também no sul da Bahia como a anterior, foi adotada para essa edição de aniversário de 10 anos.
A praia, muito próxima de Morro de São Paulo, era uma espécie de lixão local, uma área para o armazenamento de tanques de óleo e cercada de lixo industrial.

Palavras de Andreas, publicadas na Comunidade Universo Paralello no orkut, sobre o impacto ambiental do festival :
"A ilha D'Ajuda e a Praia dos Garcez era linda e bela em meados dos anos 80 de lá prá cá aquela região se tornou um depósito de quinquinharias, tipo, óleo de motor de navio eram deixados por ali em muiiitos barris, peças de todo tipo de embarcações, a praia era bem suja de pedaços de plástico e garrafas pet de todas as espécies, era uma mistura de natureza e caos, ocorre tb que existe muitas fazendas de camarão na área onde por si só destrói em sua manutenção os maguezais que é o berçario da vida marinha.

Quando o UP foi anuciado naquela região imaginei que o crew ia ter muito trabalho pela frente, eles fizeram um trabalho de limpeza daquela região que é de se tirar o chapéu.

O impacto ambiental existe e não pode se eximir do assunto, porém a Ilha D'Ajuda e a Praia dos Garcez estão, nos dias de hoje, muiiiiiitoooo melhor e mais limpas depois da chegada do UP do que há 3 anos atrás."

Foto de Murilo Ganesh para o nosso álbum de núpcias.

Aguardem!!!!! Impressionante!!!

Por enquanto, podem ir visualizando e se deliciando com a matéria publicada:


...e boa viagem...

Colagens de Filipe Espindola



Conheci a Colagem de perto após o contato com as obras de Érik Muller (na foto, à direita, com Daniel Seda à esquerda), também aluno do mesmo curso, que produzia Colagens muito inspirado nos ideais de artistas Dadaístas, principalmente o alemão Kurt Schwitters, de Hannover.

M2 430 - KURT SCHWITTERS

Marcel Duchamp introduziu o uso de objetos cotidianos na obra de arte.
A Colagem surgiu como técnica compositiva da Pintura, nas obras de Pablo Picasso, além de Max Ernst e muitos outros de várias correntes artísticas da Arte Moderna, do início do século XX.

Merz Picture with Candle - KURT SCHWITTERS

 Mas foi no Movimento Dadaísta que a Colagem se tornou uma linguagem por excelência, encontrando nos trabalhos de Kurt Schwitters sua maior potencialidade expressiva.

 Merz Picture with Rainbow - KURT SCHWITTERS

Aos poucos fui conhecendo a Arte de diversos artistas que utilizam a Colagem como linguagem, através dos livros e revistas especializadas da Biblioteca do Instituto de Artes.
Artistas como Robert Raushenberg, Jasper Johns, Jim Dine
passaram a ser referências para mim.

 Putney Winter Heart #8 (Skier) - JIM DINE

Além da influência sofrida pelo contato com o universo das Histórias em Quadrinhos (HQ), muito apreciado por vários dos meus companheiros artistas, como o próprio Érik Muller, Daniel Seda, Francisco Russo, Rogério Borovik, Paulo Costa.
Com todos esses amigos eu participo ainda hoje do Grupo NEOTAO, de Colagens e Performances, que será tema de outra matéria.


 Com Érik, Daniel e Francisco, iniciei intermináveis sessões de discussões e produção de Colagem, cada vez na casa de um, que eram ambientes naturamente inspiradores para essa técnica, pois acumulavam muitos objetos de naturezas diversas, material para várias obras desenvolvidas pelo Grupo.

 Caixa Preta - FILIPE ESPINDOLA

Tenho preferência para materiais simbólicos e cotidianos, pouco alterados, portanto uso pouca tinta e muita cola. Cola Branca, sempre, mas também algum outro elemento que una os objetos, como barbante, arame, nylon, corda, prego, parafina, etc.


Veja vídeo entrevista sobre meu trabalho, com imagens de algumas colagens em meu ateliê studio apartamento, feito para o projeto EPTV 30 Anos 79 a 2009, feito pela Estefania Gavina e entrevista de Carlota Cafiero, que participei no final de 2009, com produção do Ateliê Aberto, em exposição realizada no MAC Campinas.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Casamento

Fotos Beto Vilela


E agora com vocês,  imagens do meu casamento com Sara Panamby, feitas pelo fotógrafo carioca Beto Vilela, que conhecemos na Bahia, durante a décima edição do festival UNIVERSO PARALELLO, realizado sempre na virada do ano.


Essa edição foi de 28 de dezembro de 2009 a 3 de janeiro de 2010. 
Pra começar o ano com os dois pés, no chão, no ar, corpo e espírito indivisíveis.


 Nosso "juiz de paz" Michel, Dj Alquimix, foi o Mestre de Cerimônia que conduziu lindamente o ritual realizado no dia 03 de janeiro, no Chill Out, que começou ao meio dia com um set inesquecível do Rica Amaral de músicas ciganas de casamento que, como disse o próprio Beto Vilela, colocou o festival no bolso e encantou a todos e pos todo mundo pra dançar em perfeita comunhão.


Rica Amaral, além de tocar preciosamente, ainda preparou com sua esposa Fernanda um Tchay que nos serviu atrás do palco, com direito a coquetel de castanhas e balas de gengibre, no melhor estilo SuperNatural com canecas belíssimas, uma energia positiva impressionante que nos presentou de coração aberto e sorrisão no rosto.

 
Que casal bonito Rica e Fernanda!!!
Fechou seu set com um clássico do Zé Ramalho
pondo todos os presentes pra dançar e pular e sorrir até não poder mais.
Inacreditável!!!

 

Logo após o Rica veio uma sequência de arrebentar: clássicos da Black Music, brasucas e gringos, raros ou não, mas todos muito dançantes num set especial do Dj Alquimix, que fez questão de anunciar no microfone nossa união que estava sendo realizada naquele momento oficialmente.


Michel, a.k.a. Alquimix, abriu seu set chamando-nos aos palco e convocando a todos para levantarem suas mãos e 
"emanarem toda energia positiva ao casal", 


fazendo-nos dar as mãos em comunhão total e pondo-nos pra chorar emocionados com suas palavras.

 

A sintonia entre as pessoas presentes e nós foi o que mais me emocionou, realmente um presente pra mim e pra Sara, que até ganhou um buquê.

 

Um arranjo de plantas secas que foi preparado por alguem que não sabemos e que contribuiu maravilhosamente e entrou no espírito do ritual.

 

O buquê foi passado de mão em mão até chegar às mãos de Sara que, após as palavras de Michel, jogou-o para as pessoas, de modo tradicional como pede o protocolo.

 

Ao lado de Inunká, nossa amiga presente na primeira "fila", uma garota pegou e ficou muito feliz, assim como nós por termos compartilhado nossa extrema alegria com todos que ali estavam.


Depois do Alquimix, subiu ao palco Dj Nuts, com seus vinis clássicos, seus scratchs incomparáveis e seu groove inconfundível, dado à sua experiência de vários anos tocando com grandes nomes da música brasuca.

 

Claro que não podemos deixar de agradecer Davi e sua amiga Jurema que nos apresentou em momento ritual ao lado do palco


e lembrar do queridíssimo Buguinha Dub, pai da matéria, das origens do Sound System no Brasil, que interagiu total conosco, pos uma cachacinha de primeira lá da sua terra, coisa fina de sua família precursora do Mangue bit e do Dub no Brasil


Após o Tcháy cigano do Rica e da Fernanda, recebemos os cumprimentos dos convidados mais que especiais da cerimônia:
nossos padrinhos Neto e Rosa, nossos amigos Chico e Jana, 

 

além das pessoas que conhecemos na hora que vinham nos cumprimentar com um sorriso gigante, olhos marejados, desejando tudo de bom e muita energia positiva.


Sei de uma garota que filmou toda a cerimônia, 
assim que tiver vou postar aqui o link do vídeo para que todos possam ver.
Momentos inesquecíveis que faço questão de compartilhar com todos
devido à enorme alegria que sentimos em realizar essa cerimônia coletiva de maneira tão espontânea, inusitada e satisfatória.

 










Fotos dos noivos, captadas pelas lentes geniais de um artista da Fotografia, Beto Vilela, que espontaneamente nos observou e registrou cada momento desse ritual tão importante pra mim e minha borboleta Sara.


Após a cerimônia, fomos até a área dos Índios Kamaiurá para que pintassem nosso corpo com jenipapo, eu com pintura de guerreiro (sucuri) e Sara com pintura de Borboleta (panamby, em tupi guarani, língua que eles falam).

 
Fomos muito bem recebidos pela Inunká, que nos serviu um jantar maravilhosamente farto, com peixe e salada, além de um cafezinho de primeira, que tomamos enquanto recebíamos os presentes dados pelo Kotok, chefe Kamaiurá, sua filha e seu filho Allan, além de outros, que nos encheram de presentes de casamento.












 Atitude que retribuímos com presentes nossos a eles. Nós e Rafael Rosa, que nos acompanhou, nos sentimos muito à vontade e totalmente "em casa"


As belas imagens de Beto Vilela captaram momentos inesquecíveis da festa de abertura e da virada do ano de 2010, celebrado em ritual pelos Índios Kamaiurá com danças e flautas cerimoniais.


Cerca de 40 índios Kamaiurá, adultos e crianças, vieram do Alto Xingu para participar do festival, e conviveram durante 7 dias em uma demonstração de perfeita harmonia entre índios e não-índios, basileiros e estrangeiros. Marca registrada da UNIVERSO PARALELLO.


Valeu demais Beto!!! Arrasou nas imagens!!!