quarta-feira, 9 de junho de 2010

FELIX, o gato.


 
O Gato Felix foi um dos primeiros desenhos animados 
a serem produzidos no mundo
e surgiu na época do cinema mudo.

Naquela época, o Gato Felix já era figurinha conhecida dos norte americanos e dividia seu sucesso com outra personagem considerada, junto com Felix, um clássico das histórias em quadrinhos, a elegante Betty Boop.


A primeira imagem televisiva transmitida
foi uma imagem do Gato Felix, 
um boneco articulado de madeira, construído de maneira rudimentar,
para realizar um teste de transmissão de TV, isso nos anos 20.


Ele entrou para a história quando foi escolhido pela RCA (Radio Corporation of America) para inaugurar as primeiras imagens experimentais da televisão americana.
Durante semanas, a estatueta do gato de pouco mais de 1 metro instalada numa plataforma giratória, materializou-se nas 60 linhas (parecia uma persiana) que compunham a tela do aparelho, isso em 1929, testado pelo russo Vladimir Zworykin (1889-1982), considerado o pai da TV.

A criação do personagem tem sido atribuída ao cartunista estado-unidense Otto Messmer embora o produtor cinematográfico e também cartunista australiano Pat Sullivan, que detinha os direitos autorais sobre o desenho, se dissesse o criador do gato. Os historiadores acreditam que Messmer tenha sido o ghost-writer de Sullivan. O certo é que Félix saiu dos estúdios Sullivan, alcançando sucesso sem precedentes nos anos 20.











O Gato Félix e seus sobrinhos Inky e Winky no curta April Maze


O sucesso de Félix entrou em declínio no final da década de 1920, com a chegada dos desenhos animados sonoros. Na época, Sullivan e Messmer não quiseram aderir à produção sonora e Félix ficou ultrapassado. Em 1929, Sullivan decidiu finalmente fazer a transição e começou a distribuir desenhos animados sonoros de Félix. A iniciativa fracassou, sendo suspensa no ano seguinte. Sullivan faleceu em 1933.


Félix ainda teve uma breve ressurreição em 1936, com desenhos animados sonoros e em cores, mas Félix estava proibido de aparecer nos cinemas dos EUA e depois, quase desapareceu, mas foi salvo pela televisão, muito tempo depois.


Os desenhos animados de Félix começaram a ser exibidos pela TV dos EUA, em 1953. Joe Oriolo (Criador do Gasparzinho), que dirigia as tiras de quadrinhos de Felix, redesenhou o gato, dando-lhe pernas mais compridas, para uma nova série de desenhos destinados à televisão. Oriolo também acrescentou novos personagens e deu a Felix uma nova bolsa mágica de truques, que podia assumir uma infinita variedade de formas, obedecendo às ordens de Félix.

Atualmente, o personagem continua aparecendo em uma variedade de produtos - desde roupas até brinquedos. Recentemente foi produzida a série The Twisted Tales of Felix the Cat, em que o gato é mostrado com um traço mais antigo, em uma ambientação fantástica, com objetos falantes, além de algumas piadas de duplo sentido, voltadas a um público mais adulto.


 
 
Dentro de um estil clássico de desenho, apesar da nítida evolução com o tempo, Félix é um gato preto, com uma silhueta levemente recurvada, normalmente gentil e alegre, que sempre se mete em confusões.

 

Costuma usar o próprio rabo como ferramenta, algumas vezes retirando-o do próprio corpo - sendo este um dos exemplos mais famosos e antigos dos poderes esdrúxulos dos desenhos animados.


Esta característica surrealista também contribuíram enormemente para ele se destacar e se tornar um dos personagens mais famosos do mundo. Muitos críticos da época faziam grandes análises sobre essas características surrealistas do Gato Felix, bem como suas mãos cruzadas para trás nas costas, seu andar com a cabeça baixa e sua expressão de felicidade, que deixavam todos atônitos e esfuziantes ao perceberem que neste mundo tudo era possível.  


Quando o rabo não é suficiente para a realização do feito, ele rapidamente usa sua bolsa mágica (magic bag of tricks na versão original) para criar desde uma mesa até um navio ou avião.


Felix nunca se separa da bolsa mágica e, embora muitos vilões, como o Professor e seu ajudante Rock Bottom, tentem roubá-la, Felix sempre escapa. Ele também conta com a ajuda de Poindexter, um menino gênio, que, ironicamente, é sobrinho do Professor.

 

Outro vilão que vez ou outra atormenta Felix é o Mestre Cilindro (Master Cylinder), um robô malvado que foi enviado à Marte. Há também o Gênio da Garrafa, que quer colocar Felix na garrafa, mediante algum plano diabólico.

 

Sou fã do Gato Felix desde que tenho 5 ou 6 anos, época em que acordava às 6 da mnhã para assistir ao desenho na Record, mais tarde exibido pela Globo e pelo SBT.
Quando completei 18 anos de idade, fiz minha primeira tatuagem junto com minha irmã. Ela tatuou uma Betty Boop nas costas e eu tatuei um Gato Felix no braço esquerdo, com o tatuador Alessandro, de Campinas.
Isso foi em 1993.


Depois disso, após várias tatuagens, fiz outra do Felix na minha perna direita, presente do tatuador Marco (Gatto Matto Tattoo Studio - Campinas) no meu aniversário de 23 anos, em 1998.
 Tenho lembranças constantes da música que rolava na abertura do desenho, que meu pai costumava cantar pra mim, me chamando de Felix, personalidade que absorvi rapidamente, me identificando pra sempre com essa bizarra criatura. Ei-la para que possam cantar também:

Felix the Cat

The wonderful, wonderful cat

Whenever he gets into a fix he reaches

into his bag of tricks.



Felix the Cat

The wonderful, wonderful cat

You laugh so much, your sides will ache,

your heart will go pitter-pat.

Watching Felix, the wonderful cat.

Coleciono souvenirs de Gato Felix como chaveiros, miniaturas, adesivos, revistas em quadrinhos (em português e holandês), camisetas e tenho até uma réplica de pelúcia.


Principais Fontes Bibliográficas













terça-feira, 1 de junho de 2010

UNIVERSO PARALELLO 10, por Murilo Ganesh


Agora as impressionantes imagens de Murilo Ganesh feitas no festival UNIVERSO PARALELLO 10, realizado na Ilha D'Ajuda (Praia dos Garcez) no sul da Bahia, virada de 2009 para 2010.


Esse ano me apresentei com Sara Panamby - no Palco Circulou na noite do Crepúsculo para maiores de 18 anos - fazendo a performance PÉROLAS AOS PORCOS.













Algumas alterações foram feitas para esta performance em que costuro pérolas na coluna de Sara.
Ao invés da cartola preta, usei na cabeça um lori-lori, peça indígena brasileira usada em rituais; ao invés da saia preta, saia branca e ao invés de alargadores de aço, alargadores de jarina (marfim vegetal). Sara dispensou o tradicional salto alto e entrou de pés no chão, na areia.



Outra performance que realizamos foi a de Casulos, de Otávio Donasci, que fizemos eu, Sara, Rafael Rosa e Milze Kakaua, com o auxílio do Marquinho e da Vanessa, Yuri e Plebeu. Foi realizada na área do Chill Out, dia 30 de dezembro de 2009.


Mas o Chill Out voltou a ser nosso local sagrado dia 3 de janeiro deste 2010.
Escolhemos o set final do chillas pra celebrar nosso casamento, já retratado em outro texto neste blog, com as belas imagens de Beto Vilela (RJ), conduzido pelo nosso Padim Michel Alquimix, que tocou fundo em nossos corações e de todos os presentes com sua parceria com Dj Nuts e Buguinha Dub, desde a noite anterior no Baile do Mela Calcinha, até o final desde último dia 3, dia de nossa celebração que foi abraçada amorosamente pelos Djs desse palco, acolhidos por Davi, pela Jurema e por todos que presenciaram.


Antes de dançarmos o set inteiro do Rica Amaral, com músicas ciganas de casamento, pegamos um barco e fomos para uma ilha no meio do rio mar, em frente à festa, fazer nossas fotos de núpcias, com Murilo Ganesh. Encontramos com Murilo, Thaís, Marília, Bárbara e atravessamos o rio.


Comemos camarão, bebemos e brindamos.
Tomamos água de côco. Nadamos nus e fomos fotografar.


Foi uma experiência rizomática, um estado de não-lugar, semelhante ao que vivenciamos durante nossa suspensão, recentemente, de nos conectarmos com tudo o que nos cercava e nos atravessava numa relação espaço tempo de sentir tudo o que fizemos durante todas as nossas vidas nos pertencendo naquele momento, e nos abandonando no mesmo instante, para nos tornarmos outros, contínuos ainda que por um único instante, que foi real, eterno, marcante como uma tatuagem no rosto, um sorriso constante.


E novamente tudo se resignificou, como se atualizássemos todo nosso conpêndio de informações sensações emoções memórias, como se tivéssemos dado um upgrade.


Murilo conseguiu captar de forma original e extremamente natural todo o envolvimento que sentíamos e que transbordava, entre nós e entre nós e o lugar, nós e o festival, nós e tudo o que experimentávamos naqueles dias de universo paralello real.















Durante todos os dias em que nos preparamos para ir ao festival, sabíamos que estávamos nos preparando para algo que marcaria nossas vidas para sempre, como se nos dirigíssemos para um portal, um ritual de passagem.
Pensamos até em nos suspendermos, mas logo no início percebemos que não seria ideal para nós esse procedimento ritual, e resolvemos deixar os dias fluírem até que aparecesse o melhor jeito de celebrarmos nossa união.


Assim que encontramos Michel e passamos o dia juntos tudo foi fluindo, a situação foi se formando. Estávamos desde que acordamos em um estado de felicidade e tranquilidade incomuns.


Durante nossa sessão de fotos, interagimos com elementos do lugar: água, areia, algas, ar e a luz mais clara do novo ano, meio dia sob o Sol da Bahia.


Ao final de uma série de mais de 100 imagens feitas por Murilo, percebemos um grupo de índios Kamaiurá, apenas homens, que se aproximou para ver o que estávamos fazendo, discretamente, mantendo distância respeitosa.
Conversamos com eles e compartilhamos nossa experiência matrimonial; fomos imediatamente convidados por eles para conhecer seu grupo que estava participando do festival  para que pintassem nossos corpos com pinturas para o casamento, convite mais que especial que foi atendido horas mais tarde.



Ao final da conversa, como que de forma mágica e surpreendente nos organizamos em círculo e iniciamos uma roda que se estendeu por uma eternidade, poucos milhares de segundos minutos que ficarão para sempre em minha memória.


Assim começou nosso casamento.