domingo, 12 de dezembro de 2010

A primeira performance a gente nunca esquece

No começo dos anos 80 me formei no Pré Primário, no Colégio Santa Marcelina em Botucatu, SP.
Por ser um colégio de freiras, no ritual de formatura de dezembro um teatro seria encenado, com temática Cristã, no salão de festas do colégio.
Me voluntariei para participar da motagem da peça que contava o nascimento de Jesus, sob a ótica de um Vagalume, que seria quem? Eu.
Os ensaios foram realizados na casa dos pais de um dos alunos, amigo meu que nunca mais vi, e seu irmão de menos de um ano seria o Menino Jesus.
Além de participar dos ensaios, passei algumas tardes provando a roupa preta de vagalume, as asas de celofane e as luzes (LED) vermelhas que foram instaladas por baixo da roupa, por um amigo do meu pai, engenheiro elétrico. A maquiagem, no dia, foi minha mãe quem fez.

 
As luzes eram o ponto alto da peça, que narrava a caminhada triste e solitária de um Vagalume que viajava em direção à manjedoura em Belém onde nascera Jesus, e no caminho conversava com outros animais que ia encontrando, todos com presentes para o iluminado recém nascido. Menos ele, o Vagalume não tinha presente, esse era o seu tormento, não saber o que poderia dar a tão importante figura que acabava de nascer.


Então, após se aconselhar com as ovelhas, elas sugerem que ele dê uma rosa vermelha de presente, simbolizando o AMOR.

Considero essa minha primeira Performance, pelo processo que levou semanas e toda a experiência ter sido tão marcante e decisiva para que eu resolvesse fazer Teatro e me enveredar pelo universo das Artes do Corpo, dois anos mais tarde pelas Artes Plásticas e daí por diante nunca mais deixar de trabalhar com Arte, amador e profissionalmente.

Sou muito grato aos meus pais por me incentivarem nessa tragetória de 35 anos, possibilitando que eu fizesse cursos de Teatro, Piano, Cavaquinho, Violão, Coral, Judô, Karatê, Pintura, Desenho, Inglês, além de me apoiarem quando decidi fazer faculdade de Educação Artística e me formar Bacharel em Artes Plásticas, em 1999, na UNICAMP, carisonhamente apelidada por minha esposa e suas amigas da PUC SP, de UNICountry, por ser na ex-zona rural de Campinas, em Barão Geraldo.


Como se vê, sempre tive muito cabelo e uso barba desde os seis anos, mas a calça jeans parei de usar desde os 14.
Sempre fui meio hippie, desde criança fazendo performance de hippie, vestido de vagalume, depois fiz faculdade rural, faço performance com saia de osso, tintas orgânicas, plantas de poder, entre outras heranças dos anos 70, década em que nasci, além de ser filho de agrônomo e de estudante de Letras, protética e artesã.