sexta-feira, 28 de maio de 2010

Performance AURORA DAS MÁQUINAS ABERTAS em outras palavras


Foto Natália Russo
 

 

São três pássaros no ar, pequenas e grandes particulas sólidas, um liquido que flutua, tênue são as vestes que caem soltas ao chão, a máscara de adorno ao corpo'rificado, o movimento entre o ato de ser suspenso, é um balanço que paralisa (o olhar atento de fora, uma sensação de pão e circo), imerso's numa bolha, essa transição expecular,compõe o cenario entre o sangue derramado nos poros, a música, o batimento cardiaco em adaptação.
Linda perola que vestiu o corpo, esse esfumaçado de branco, ora avermelhado... A natureza de cada um em integração,carrega seus simbolos na pele. Esses ganchos que tiram o pé do chão, luz sobre os corpos-nu-ritual, preparados a ver a aurora (e assim foi na Galeria Prestes Maia), essa ação com o público que trouxe algum lugar, uma especie de teletransportar entre as nuances da vida, ora camuflado, ora exposto ao natural da sombra de cada corpo.

 

Palavras de Rafael Napoli, artista circense de SP, 

sobre a performance 

AURORA DAS MÁQUINAS ABERTAS 

 

Grupo ORBE em ação


Vídeo do videomaker Gaijin Dame (MG) 

a partir das fotos

de Leandro Pena (SP) 

 


AURORA DAS MÁQUINAS ABERTAS 

Performance de Suspensão Ritual
Filipe Espindola, Rafael Rosa e Sara Panamby
Música: ORBE
Virada Cultural 2010.
Domingo 16 Maio 8:00 h
Palco de Arte Corporal

 

 

sábado, 22 de maio de 2010

AURORA DAS MÁQUINAS ABERTAS

Performance Ritual de Suspensão Corporal.
Performers Filipe Espindola, Rafael Rosa e Sara Panamby.
Músicos ORBE, live com lap tops, guitarra e programação.
Apoio Freak Garcia, Luciano Iritsu, Gordim e Gordex.

Foto Natália Russo

O ritual se inicia e entramos no palco ao som do ORBE. 
Lá estão um crânio de bode de 4 chifres - atrás dele Neto (Freak Garcia) queima Palo Santo, madeira peruana de aroma extreamamente agradável, queimada em rituais - e as 3 saias que utilizamos.
Ao centro do palco, uma cadeira para o performer que é perfurado, um de cada vez, pelos outros dois em pé atrás da cadeira, com dois ganchos de 4mm nos ombros.

Após as perfurações, nos dirigimos para as saias, feitas em Campinas por cada um de nós: a minha de panos tingidos de café com dezenas de ossos de veado, vaca e peixes, além de conchas e crânios de animais de pequeno porte; a saia da Sara feita com 50 metros de Tule branco, com fios de pérolas, cabeça de boneca e um longo boá de penas brancas; a do Rosa feita com couro, tecidos pintados com terra, urucum e pigmentos naturais, plantas e cipó de Mariri.



Nossa maquiagem foi feita com tinta branca e urucum e a do Rosa ainda incluía gesso e pintura com óleo de pequi, que ganhamos dos índios Kamaiurá, além de colares indígenas.

Foto Natália Russo

Entramos nus no palco, nos perfuramos e vestimos nossas saias.
Neto (Sorocaba) coordenou a equipe de suspensores, que incluía Gordex e Iritsu, body piercers de São Paulo. E nos auxiliou após se apresentar com seu Freak Show, caracterizado de Melanie, a princesinha freak, e ainda tocar pela primeira vez como Dj, com belos sons étnicos de vários povos.

Foto Natália Russo

Luciano Iritsu que puxou a corda de Sara, foi o produtor e grande realizador deste palco inédito na Virada Cultural e acompanhou de perto todas as 24 horas de trabalho dos profissionais que por ali passaram, sempre com paciência e tranquilidade para lidar com os mais diversos "pepinos" que surgiram, mas que não foram suficientes para apagar o brilhantismo desse evento único, dentro do mega evento que é a Virada.

Foto Thiago Ventura

Janaína, sua namorada, coordenava as entrevistas com os artistas e pilotava a equipe de videomakers que preparam material oficial completo do Palco de Modificação Corporal.

Foto Natália Russo

Enquanto estivemos suspensos o ORBE destilava seus timbres mesclando riffs distorcidos de guitarra tocados com o arco de Violino com cantos de rituais indígenas e outros sons criados por eles em sua usina musical.

Foto Thiago Ventura

E por falar em índios, nossos amigos Pataxó estavam presentes para nossa imensa alegria, Tamikuã e suas filhas, seu marido Ronaldo e seu sobrinho Iriawá, da Aldeia Coroa Vermelha, da Bahia.












Foi realmente uma situação de mundo paralelo, de sentirmos todos os presentes dentro de nós e todos os objetos éramos nós e faziam parte de nós, tudo o que era outro e não só objetos e pessoas mas tudo o entorno e o que estava dentro de nós, nossos pensamentos e sensações e desejos e vontades antes de chegarmos até ali, todo nosso histórico anterior pessoal, nossas referências, uma experiência rizomática de plenitude e comunhão com a cidade e toda sua ancestralidade, no centro de São Paulo, abaixo da terra, na Galeria Prestes Maia, no Vale do Anhangabaú. Uma verdadeira experiência Deleuziana de corpo sem órgãos.
Mente Corpo Espaço Entorno Contínuo Descontínuo.

Foto Thiago Ventura

Desde o primeiro ritual de preparação de Ayahuasca que fizemos em março, em Campinas, quando concebemos as saias e toda a estética e a linguagem deste ritual em 24 horas de contato com o vegetal, tudo isso nos atravessou, como os ganchos em nossas peles, como um todo contido em corpos mas dissovidos em mil corpos, espalhados e dilatados em espaço e tempo.

Foto Thiago Ventura

Na entrada da Galeria Prestes Maia, onde nos apresentamos, uma exposição de Modificação Corporal preparou todos os visitantes, através da apresentação de 8 banners produzidos por Sara Panamby, com imagens e informações preciosas como bibliografia e dicas de filmes e estudos, a partir de sua pesquisa sobre o tema.
 
Vejam mais fotos da apresentação no meu fotolog:
 http://www.fotolog.com.br/filipiercing

Matéria do Blog do Estadão sobre a Virada:
http://blogs.estadao.com.br/olhar-sobre-o-mundo/suspensao-corporal/

Fotos no flickr de Leandro Pena:
http://www.flickr.com/photos/leandropena/

Fotos no flickr de Thiago Ventura:
http://www.flickr.com/photos/thiagoventura/sets/72157623980055687/

Toda a performance foi brilhantemente musicada, ao vivo, pelo grupo ORBE de São Paulo, formado por Noise Petrus e Rijak Skank, com programações, lap tops, guitarra, instrumentos fabricados por eles, como uns consoles que criaram desmontando ATARI, remontando em tupperware. Sons magníficos mesclando ruídos urbanos com cantos indígenas, timbres inusitados que nos auxiliaram muito, fazendo-nos criar imagens em nossas mentes, deixando-nos leves e completos.
Conheçam melhor o trabalho do ORBE, através do seu site:

www.mundoorbe.com.br

Atualmente todas as nossas produções performáticas, ao vivo ou edições em vídeo, são musicadas pelo ORBE, numa parceria recente que promete render bons frutos!!!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

VIRADA CULTURAL SÃO PAULO 2010

 


15 e 16 de Maio de 2010
Galeria Prestes Maia, Centro de São Paulo.

Performance às 6h30 da manhã de domingo
AURORA DAS MÁQUINAS ABERTAS
Filipe Espindola, Rafael Rosa e Sara Panamby

Destinado às modificações corporais
e produzido pela equipe da Frrrk Con - evento anual realizado em São Paulo, de discussão e produção de Body Art - o espaço conta com palco principal para performances e shows e outro para djs, além de área de tatuagem e exposição apresentando uma Mostra de Modificação Corporal, com curadoria de Filipe Espindola e Sara Panamby.


O ritual começa ao nascer do Sol às 6h30 da manhã,
com o rito de perfuração e início do som.
Após essa etapa inicia-se a suspensão dos performers
que descem ao chão novamente às 8h de domingo.
  
Saias rituais serão utilizadas. 
Construídas por cada performer, em Campinas e levadas a São Paulo um dia antes da Virada, cada saia tem 5m de comprimento e tocam o chão constantemente, mesmo depois de suspensos completamente os performers.
Dois perfuradores fazem a colocação de 2 ganchos em cada performer.
O material estará em uma bandeja, com pedestal de rodas, estéril e preparada.

Os músicos do ORBE participam com lap top, guitarra e instrumentos eletrônicos 
desenvolvidos pelos dois músicos Petrus Noise e Hijak Skank;
conheçam o ORBE

Em 2009 participei pela primeira vez da Virada Cultural SP
e confesso que fiquei muito feliz e impressionado com a estrutura do evento, eficiência da produção e imensa variedade de atrações e estilos musicais e artísticos.

 
Apresentamos na lateral do Shopping Light
próximo ao Teatro Municipal.

 





















Vejam o vídeo da apresentação que fiz em 2009,
participando da performance PRETO NO BRANCO, 
de Rogério Borovik e Samira BR.




Performei vestido de Caveira das 19h de sábado até as 3h de domingo e foi uma experiência incrível, super gratificante profissionalmente, pessoalmente e surrealmente falando, pois foi impressionante performar tanto tempo e com a participação do público que interagia, performando conosco, comigo e Ana Rosa, que arrasou vestida de dançarina.



Esse ano a Virada volta ainda mais recheada de grandes atrações, palcos excelentes e shows imperdíveis.
E ainda conta com o inédito palco de Modificações Corporais, já conhecido como Palco da Suspensão.
Para conferir a programação e acompanhar toda a produção acessem o site da Virada Cultural SP 2010.

http://viradacultural.org/